Salve ~~ Salve!
Direto do QG do SUMA DAQUI BABILONIA...
As palavras foram escritas pela bic nas linhas da tilibra pelo amigo e futuro historiador André Nieto Hackbart!
“A quem possa interessar, a proposta é mudar, o que vem da boca reflete sua forma de pensar, não é apenas se vestir, investir na imagem, é traduzir, resistir, persistir na mensagem”
Leia, pense e reflita!
BOA MEDITAÇÃO
Direto do QG do SUMA DAQUI BABILONIA...
As palavras foram escritas pela bic nas linhas da tilibra pelo amigo e futuro historiador André Nieto Hackbart!
“A quem possa interessar, a proposta é mudar, o que vem da boca reflete sua forma de pensar, não é apenas se vestir, investir na imagem, é traduzir, resistir, persistir na mensagem”
Leia, pense e reflita!
BOA MEDITAÇÃO
A separação é à base da organização social, a apropriação privada nos mantém separados de nós mesmos e dos outros. Paraísos unitários artificiais se esforçam por dissimular a separação recuperando com maior ou menor sucesso as quimeras de unidade prematuramente quebradas. Em vão. Do prazer de criar ao prazer de destruir, há apenas uma oscilação, mas isso é o suficiente para destruir o poder.
A burguesia não domina, explora. Ela não precisa ser senhor, prefere usar. Como foi possível não perceber que o principio da produtividade simplesmente substituía o princípio à autoridade feudal? Por que ninguém quis compreender isso?
Estatísticas publicadas em 1938 indicam que a aplicação das técnicas de produção contemporâneas reduziria a duração do trabalho necessário há apenas 3 horas por dia. Não somente estamos longe dessa marca com as nossas 6-8 ou mais horas, mas após ter gastado gerações inteiras de trabalhadores prometendo-lhes o bem estar que hoje é vendido a eles em prestações, a burguesia prossegue a destruição do homem.
À medida que a automação e a cibernética nos permitem prever a substituição em massa dos trabalhadores aos escravos mecânicos, o trabalho revela pertencer puramente aos processos bárbaros de manutenção da ordem. O poder assim fabrica a dose de fadiga necessária à assimilação passiva dos seus decretos televisionados. Trabalhar atrás de qual recompensa?
A organização do trabalho e a organização do lazer resguardam as tesouras castradoras encarregadas de melhorar a raça dos cães submissos.
A consciência contemporânea oscila entre a consciência do emparedado e a do prisioneiro. O bom comportamento do prisioneiro depende da esperança de fugir que a prisão alimenta. Na jaula, basta se abrir uma fenda na solitária para logo a esperança se infiltre com a luz. Por outro lado, impelido contra uma parede sem saída, um homem só conhece a raiva de destruí-la ou quebrar nela a cabeça (o que não deixa de ser lamentável para uma boa organização social).
O homem que está emparedado vivo tem tudo a ganhar. Quanto ao prisioneiro, este pode ainda perder a esperança. A esperança é a correia da submissão.
O "mundo ideal" diz Nietzsche, "é uma mentira inventada para despojar a realidade do seu valor, da sua significação, da sua veracidade. Até agora o ideal tem sido a maldição da realidade. Essa mentira penetrou tanto a humanidade que ela tem pervertido e falsificado a própria humanidade até nos seus instintos mais profundos, até a adoração dos valores opostos àqueles que garantiam o desenvolvimento por assegurar a autotransformação do presente".
O que é a mentira do ideal senão a verdade dos senhores? Quando o roubo necessita fundamentos legais, quando a autoridade levanta a bandeira do interesse geral para se exercer impunemente com fins privados, como se poderia pretender que a mentira não fascinasse os espíritos, não os dobrasse "as suas leis" até fazer disso uma disposição quase natural do homem? E é verdade que o homem mente porque em um mundo regido pela mentira não lhe é possível agir de outro modo: ele próprio é mentira, atado por sua própria mentira.
O senso comum nunca subscreve nada além do decreto promulgado em nome de todos contra a verdade. Ele é uma codificação vulgarizada da mentira.
Com o drama a sociedade humana tomou o lugar dos deuses no palco. Se no século XIX o teatro não passou de um divertimento entre outros, não podemos deixar isso obscurecer o fato de que durante esse período o teatro deixou de ser teatro, por assim dizer, e colonizou todo o espaço social. O clichê de comparar a vida a um drama parece evocar um fato tão óbvio que dispensa discussão. Tão difundida está a confusão entre o teatro e a vida que até mesmo não ocorre questioná-la. Porém o que há de natural no fato de eu deixar de ser eu mesmo uma centena de vezes por dia e entrar na pele de um personagem cujas preocupações e importância não tenho o mínimo desejo de assumir?
A burguesia não domina, explora. Ela não precisa ser senhor, prefere usar. Como foi possível não perceber que o principio da produtividade simplesmente substituía o princípio à autoridade feudal? Por que ninguém quis compreender isso?
Estatísticas publicadas em 1938 indicam que a aplicação das técnicas de produção contemporâneas reduziria a duração do trabalho necessário há apenas 3 horas por dia. Não somente estamos longe dessa marca com as nossas 6-8 ou mais horas, mas após ter gastado gerações inteiras de trabalhadores prometendo-lhes o bem estar que hoje é vendido a eles em prestações, a burguesia prossegue a destruição do homem.
À medida que a automação e a cibernética nos permitem prever a substituição em massa dos trabalhadores aos escravos mecânicos, o trabalho revela pertencer puramente aos processos bárbaros de manutenção da ordem. O poder assim fabrica a dose de fadiga necessária à assimilação passiva dos seus decretos televisionados. Trabalhar atrás de qual recompensa?
A organização do trabalho e a organização do lazer resguardam as tesouras castradoras encarregadas de melhorar a raça dos cães submissos.
A consciência contemporânea oscila entre a consciência do emparedado e a do prisioneiro. O bom comportamento do prisioneiro depende da esperança de fugir que a prisão alimenta. Na jaula, basta se abrir uma fenda na solitária para logo a esperança se infiltre com a luz. Por outro lado, impelido contra uma parede sem saída, um homem só conhece a raiva de destruí-la ou quebrar nela a cabeça (o que não deixa de ser lamentável para uma boa organização social).
O homem que está emparedado vivo tem tudo a ganhar. Quanto ao prisioneiro, este pode ainda perder a esperança. A esperança é a correia da submissão.
O "mundo ideal" diz Nietzsche, "é uma mentira inventada para despojar a realidade do seu valor, da sua significação, da sua veracidade. Até agora o ideal tem sido a maldição da realidade. Essa mentira penetrou tanto a humanidade que ela tem pervertido e falsificado a própria humanidade até nos seus instintos mais profundos, até a adoração dos valores opostos àqueles que garantiam o desenvolvimento por assegurar a autotransformação do presente".
O que é a mentira do ideal senão a verdade dos senhores? Quando o roubo necessita fundamentos legais, quando a autoridade levanta a bandeira do interesse geral para se exercer impunemente com fins privados, como se poderia pretender que a mentira não fascinasse os espíritos, não os dobrasse "as suas leis" até fazer disso uma disposição quase natural do homem? E é verdade que o homem mente porque em um mundo regido pela mentira não lhe é possível agir de outro modo: ele próprio é mentira, atado por sua própria mentira.
O senso comum nunca subscreve nada além do decreto promulgado em nome de todos contra a verdade. Ele é uma codificação vulgarizada da mentira.
Com o drama a sociedade humana tomou o lugar dos deuses no palco. Se no século XIX o teatro não passou de um divertimento entre outros, não podemos deixar isso obscurecer o fato de que durante esse período o teatro deixou de ser teatro, por assim dizer, e colonizou todo o espaço social. O clichê de comparar a vida a um drama parece evocar um fato tão óbvio que dispensa discussão. Tão difundida está a confusão entre o teatro e a vida que até mesmo não ocorre questioná-la. Porém o que há de natural no fato de eu deixar de ser eu mesmo uma centena de vezes por dia e entrar na pele de um personagem cujas preocupações e importância não tenho o mínimo desejo de assumir?
André Hackbart